quarta-feira, 11 de novembro de 2015

O Início - cap 13

No dia seguinte, Dallas acordou disposto a pôr seu maquiavélico plano em ação.
Ao acordar bem cedo, chamou Edan para ver o sol nascente. Ambos, pai e filho, admiravam o nascer do Sol juntos, em silêncio, quando finalmente Dallas o quebra:
- Meu plano será executado nesta tarde - diz o rei sem emoção alguma em suas palavras.
Edan engoliu em seco "Ele vai realmente insistir nessa bobagem?" pensou:
- Você...teve o seu tempo para pensar?
Dallas balançou a cabeça devagar. O jovem estranhou, parecia a primeira vez que o observava de verdade e enxergava os detalhes: o rei era extremamente alto e visivelmente poderoso. Mesmo que Edan chegasse a idade adulta, talvez não fosse tão alto quanto seu pai algum dia foi.
O leão tirou o olhar de seu pai e voltou a encarar o tom rubro do sol nascente, belo e usual, porém algo nele o incomodava. "Meio injusto" pensou Edan "Que o sol nasça de modo tão fantástico, ignorando a tragédia de virá a acontecer em breve."
Porém os dois permaneceram ali. A quietude dos dois permitia que o canto dos pássaros prevalecesem. Nas manhãs era comum se ouvir bem mais pássaros cantando que de tarde, era como um momento mágico único do dia:
- Filho
Edan virou-se para encarar seu pai, que continuou sem tirar os olhos da paisagem:
- Eu estou envelhecendo cada dia mais e...você sabe, logo irei me juntar aos Antigos Reis nas estrelas.
- Não - Edan negou - O senhor ainda pode viver muito!
- Se pensar assim estará apenas enganando a si mesmo, você sabe, tanto quanto eu, que um leão, mesmo um rei, não dura para sempre.
Edan se calou e abaixou a cabeça, realmente ele estava certo. Dallas prosseguiu:
- Você sabe que seu irmão herdará essas terras.
- Sei disso. - Edan sempre soube, mas nunca dera muita bola. Sabia que o dever de um leão não era apenas ter um reno para si:
- O que espera se tornar então?
Edan olhou para seu pai, com um brilho nos olhos:
- Quero ser pai. Quero dedicar todo o meu tempo aos meus filhotes. Quero que se lembrem de mim como um pai perfeito, sempre presente e atencioso. Passarei tardes inteiras brincando com meus filhos e lhes ensinando as coisas da vida.
Dallas torceu o focinho:
- Não admito que meu sangue se rebaixe a esse ponto, Edan.
- Rebaixe? Do que está falando?
- Filho do nobre sangue do Norte, do sangue lendário que uniu Pridelands em uma só. Você vem de boa linhagem meu filho. Tem o sangue de Dallas, O Lendário nas veias. Pretende desperdiçar tal potencial? Você merece mais! Merece poder, glória, conquistas...não acha?
Dallas contraiu-se, desviando nervosamente os olhos dos do pai. Tudo o que menos queria era desapontá-lo:
- Sim...eu acho que sim, papai...
Dallas sorriu para o filho:
- Era aí que eu desejava chegar! Quero que fuja! Vá para bem longe deste reino filho. Conquiste outros, lute pela glória e, como recompensa, terá um Orgulho inteiro apenas seu. Se for te fazer melhor, leve Síria com você. Como já enfatizei, ela é jovem, irá topar qualquer aventura que lhe for proposta e, depois, lhe dará os filhos que tanto quer como brinde!
"Mas aí já será tarde...terei com que me ocupar." Pensou o jovem leão, mas não teve coragem de se expôr ao seu pai:
- Mas, óbvio, não parta agora, Edan - Dallas enfatizou - Tanto você quanto Síria são muito jovens ainda. Ela então...ainda é uma criança. Na idade dela eu sequer pensava em leoas e suas seduções. - O rei suspirou, olhando para o céu, agora já em seu habitual tom azulado-claro. Logo logo as leoas sairíam da caverna...Edan pensou em como gostaria que as coisas fossem diferentes, para ele e para elas:
- Não pense que não tenho sentmentos Edan - o rei falou, como se lesse seus pensamentos - Eu...eu realmente sinto muito.
O rei se afastou, ao passo que Edan continuou parado, contemplando a bela vista da Pedra do Reino. Enquanto matutava sobre o que o pai dissera-lhe, não notou a pequena Síria se aproximando. A pequena leoa chegou por trás e apertou seu corpo nas patas traseiras de Edan. O jovem olhou para ela e sorriu.
Pensou em como tinha sorte, ela era realmente uma das leoas mais belas que já tinha visto. Os olhos lilases possuíam um brilho único e sensual, mesmo que fosse apenas uma filhote-crescida, ela sabia como seduzir bem. Pensar que o futuro era incerto para eles dois fez o coração de Edan pesar com a culpa: "Poderia ter lutado mais pelo que eu amo..." pensou enquanto Síria enroscava-se nele e lambia sua orela esquerda.
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Dentro da caverna, Uru se espreguiçava. Ao seu lado encontrou um pouco de comida posta ali exclusivamente para ela. Uma de suas tratadoras estava deitada ao seu lado e, ao vê-la acordada, sorriu.
Agora, com a barriga pesando mais que nunca, duas leoas foram encarregadas por Dallas com o propósito exclusivo de cuidar da princesa grávida, que mal podia se limpar direito. O rei chamou apenas leoas de sua confiança, ou seja, nascidas no Norte: Gana e Nijalma.
As duas desempenhavam o papel com perfeição e não deixavam nada faltar para Uru. Com o tempo, a princesa até cultivou certa afeição por elas e dizia que seriam ambas madrinhas de consagração da nova "princesinha", que já tinha um nome escolhido: Thema.
Com as últimas semanas de gravidez se esvaindo, Uru sentia imenso desejo de caminhar pela savana, sentindo a brisa fresca a refrescar-lhe o pelo, observar as árvores chacoalhando e suas folhas flutuando na dança da Estação de Outono. Nada lhe faria compreender ainda mais o ciclo natural das coisas que passar um tempo observando seu desempenho na natureza. E, por conta disso, suas tratadoras a levavam para passear aos redores de PrideLands toda manhã e lhe contavam tudo o que sabiam. Nijalma, apesar de ser relativamente jovem, entendia muitas coisas e era dona de uma enorme inteligência, apesar de sua introspectividade atrapalhar o aparecimento de tal fator, já Gana era capaz de fazer qualquer um dar boas risadas e possuía um enorme coração. Uru se divertia muito com as novas amigas e sentia que, finalmente, podia contar com alguém.
Até que, naquela tarde, Uru voltava do passeio com as companheiras, quando a poderosa voz do Rei Dallas se espalhou por PrideLands:
- Que todas as leoas nascidas no Lado Sul compareçam ao centro de PrideRock, agora.
Uru e as amigas se entreolharam:
- Não está com uma cara boa... - Gana arquejou
- É melhor fazer o que ele diz se não quiser se meter em encrencas - Uru ressaltou, olhando para a amiga desanimada. Nijalma sorriu solidária para Uru, que já seguia em frente. As duas tratadoras, com ordens para não se afastarem da princesa, permaneceram com ela.
As tres leoas se juntaram com as outras no centro. De longe, Uru avistou sua irmã, Kala. As duas já não passavam mais tanto tempo juntas e Kala pedia apenas notícias da sobrinha quando se encontravam. Uru também notou, ao longe, algumas leoas do Norte. As seguidoras de Dallas deviam estar ali apenas por curiosidade.
Quando todos estavam reunidos, Dallas moveu-se para frente do grupo e começou a falar:
- Hoje, fazem completas 17 luas desde que minha amada Almasi pereceu nas garras de um assassino. Assassino este que, com certeza, pertence ao antigo Território do Sul e me considera seu inimigo. Assassino este que escuta minhas palavras neste exato momento. Aliás, é justamente para ele que recitarei as palavras a seguir: Esteja pronto para confessar seus crimes! Cada dia que passa, só o que você faz é adiar o inevitável, e hoje chegou o dia de parar de tentar!
Um burburinho percorreu as leoas quando Dallas fez uma pausa para tomar ar:
- Silêncio, por favor. Quero que prestem atenção: um de vocês é o assassino que devo punir. Jurei a minha amada rainha, das estrelas, que vingaria sua morte.  E todos aqui devem conhecer as tradições...só se pune morte com outra morte.
As leoas voltaram a cochichar, assustadas. Dallas continuou seu discurso ameaçador:
- O espírito agoniado de minha rainha deseja por vingança...foi o que ela me segredou. Necessita que sua sede por justiça seja saciada e, só assim, poderá partir para as estrelas, junto das antepassadas rainhas. Portanto eu exijo que o assassino se confesse aqui e agora, caso queira evitar tragédias. Prometo recompensá-lo com uma morte rápida e indolor.
Os olhares de Dallas e das leoas ali reunidas persorreram toda a multidão a espera de alguma manifestação...nada.
- Como eu esperava - Dallas ronronou - Não seria tão fácil assim. Talvez - o rei desembainhou suas garras- eu deva começar a apelar.
Dallas caminhou até uma leoa, Dayla, a leoa mais destemida do Sul que nunca deixou de esconder seu ódio pelo leão que, um dia, matou Mohatu. Antes que o rei fizesse qualquer coisa, olhou nos olhos dela e disse:
- Quero que você...vocês todas saibam: não era o meu desejo fazer isso, mas até que o assassino da minha Almasi se manifeste, terei de matar todas vocês, uma por uma. - Dallas roçou a garra levemente no pescoço de Dayla, que rosnava baixinho - Por sorte, conseguirei matar a assassina sem dizimar todas vocês.
Dayla não se conteve, avançou para cima do rei que, imediatamente, foi defendido por uma enxurrada de leoas do Norte. Não que ele precisasse - Dallas era um exímio guerreiro.
Em poucos segundos, Dayla estava imobilizada por Dallas no chão, barriga, peito e pescoço a mostra. O leão gargalhou:
- Achou mesmo que poderia oferecer qualquer tipo de resistência? Como eu disse, minha querida. não culpe a mim e sim a suas amigas do Sul, por não revelarem a mim a leoa que matou minha rainha.
- Não matamos ninguém! - Dayla gritou, seguida por todas as leoas do Sul que gritavam, protestando, em conjunto, a inocência delas.
Dallas soltou um rugido furioso que fez todas se calarem:
- Agora vocês verão a consequência e o destino de todas vocês caso continuem a me contrariar desse jeito!
O maléfico rei ergueu uma pata no ar, as garras longas como facões desceram num segundo, cravando na garganta de Dayla. A leoa teve convulsões severas e sangue escorria de sua boca. Dallas continuou a atacar a pobre e indefesa leoa, que tinha o corpo contraído e se debatia com vigor até que, finalmente, começou a perder as forças e ficou imóvel no chão, os olhos abertos e perdidos sem brilho algum.
As leoas fitaram a cena, horrorizadas, com lágrimas nos olhos, mas nenhuma ousou se mexer. Nem as leoas do Norte acreditavam que Dallas possuísse tanta maldade, ela havia sido praticamente torturada até a morte,
- E então - Dallas saiu de cima do corpo de Dayla - Quem será a próxima candidata?
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GENTE SOCORRO QUANTO TEMPO!!!!!!!!!!!!
Que horror! Nunca pensei que ficaria tanto tempo assim sem escrever!
Bem, eu tenho procurado uma psicóloga, estou me tratando da depressão (eu sei que estavam preocupados comigo ^^ a propósito: obrigada pela ajuda e pela paciência que tiveram em esperar o capítulo). Depois de tanto tempo pensando eu tenho reparado que algo me motiva muito: a natureza!
Tenho gastado todo o meu tempo livre caminhando por parques, andando pelas áreas mais arbóreas do meu condomínio com a minha cachorrinha, reparado mais na natureza que me cerca, ouvindo o som dela! Nada de fones ou distrações, apenas eu e a natureza. Observar os pássaros é outra coisa que amo fazer e adoro fotografar eles. Esses dias, tirei foto de uma rolinha deitada na grama, relaxando, com uma asa levantada pra pegar sol ^^ muito fofa! Depois de ter tirado a foto, a bichinha se levantou assustada, tadinha...kkkkkk.
Me desculpem mesmo pela demora de postar o capítulo e de terminá-lo logo na cena de ação kkkk. Mas agora me digam: quem voces acham que irá se confessar para o reino? Ou melhor...para Dallas?
Muito obrigada por lerem até aqui e não se esqueam de comentar ^^

5 comentários:

  1. Amei o Capítulo,Realmente a Natureza nos faz muito bem *u*

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  2. Eu também adoro passar o meu tempo com a natureza XD
    Estou achando que quem matou a rainha foi a... Safira! Por ciúmes! Estou lendo os capítulos anteriores e foi a primeira que veio na minha cabeça XD

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  3. Bom capítulo! (coment rápido porque tô sem tempo nenhum e_e)

    Waiting~

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  4. Eu ainda ñ arrisco palpites, mas que tá bom tá! XD
    Awn, Theminha vai nascer. :3 ♡
    Vesh, a chapa vai esquentar! E imaginei como a Rolinha deve ter ficado ashuashuashuas -q

    ~Aguardando

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  5. "- Que todas as leoas nascidas no Lado Sul compareçam ao centro de PrideRock, agora."
    Só eu lembrei daquela frase de Gatos Guerreiros "Que todos os gatos que conseguem pegar a própria comida se reúnam em torno da Pedra Grande"? -q
    Eu estou doente por Gatos Guerreiros :P
    Agora estou realmente desconfiando que foi a Sara que matou Almasi!
    Ou foi a Timira, uma das poucas leoas do Lado Norte que não gosta do rei Dallas!
    Esperando o próximo!

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