sábado, 26 de março de 2016

Conto de Dois Irmãos - Cap 10

- Kala? Sou eu, Ahadi. Eu vim ver você e o Mufasa...
Ahadi não obteve resposta, até que a voz de Azali preenche as paredes da caverna:
- Ela está lá fora com o filhote. Saiu para tomar um banho de Sol, procure-a por aí.
Ahadi murmurou qualquer coisa e saiu, procurando por Kala do lado de fora da cova. Não precisou procurar tanto: ela estava lá, logo ao lado, cantarolando bem baixinho e acariciando Mufasa em suas patas.
Ao ouvir os passos de Ahadi se aproximando, a leoa levantou as orelhas, atenta e virou rapidamente a cabeça, sorrindo ao ver o amado se aproximando:
- Bom-dia - ela disse, baixinho para não acordar Mufasa, enquanto Ahadi aproximava o focinho do dela
- Bom-dia, Kala. - sinalizou com a cabeça para Mufasa - Como ele está?
- Graças aos Reis meu príncipe vai muito bem.
Ahadi deitou-se por detrás da amada, dando-lhe lambidas suaves e apoveitando ao máximo o calor de seu corpo.
Tardes agradáveis como essa, para o rei, não deveriam ter um fim.
Mas...nada é eterno...
E o final desse momento de amor, tão perfeito, foi anunciado com um ruído surdo de passos sob a grama seca da savana, seguido de um rugido feroz e o som de garras sendo desembainhadas abruptamente.
Ahadi e Kala viraram-se em direção ao som apenas para ver uma silhueta contra a luz intensa do sol. Era uma leoa, mas parecia irreconhecível.
O coração de Ahadi batia forte enquanto ele se levantava. Ele podia sentir seus latidos por todo o seu corpo. Kala segurava Mufasa em sua boca e franzia os olhos para tentar enxergar quem era, apesar de o cheiro exalado pela leoa ser aquele com quem ela cresceu sentindo. Era inconfundível.
Não demorou muito para que a silhueta se aproximasse mais. Em posição de ataque, a cauda balançando de um lado para o outro, os olhos ardentes em fúria: Uru.
O momento que se seguiu foi de tensão. Nenhum dos lados ousava se mover e a Rainha esperava alguma justificativa qualquer de Ahadi. A brisa fresca que vinha do Sul fazia a juba vermelha do rei dançar como fogo em brasas.
Quando Uru percebeu que ele não se pronunciaria, decidiu que seria ela a primeira a falar:
- Ahadi - ela disse com voz baixa, se aproximando mais. A entoação fria e cortante de Uru atingia Ahadi como gelo encostando em sua nuca, ainda quente devido ao contato com Kala - Te darei a chance de tentar me explicar o que está acontecendo.
A boca da Rainha retorcia de raiva. Ahadi, tampouco Kala, se lembravam de ver Uru com tamanha ira.
Kala se pronunciou:
- Uru, por favor, eu...
- Cale-se! - a leoa rugiu - Quero ouvir Ahadi.
Ahadi deu um passo para a frente. Estava desnorteado, sua cabeça zunia, mas fez o possível para se explicar:
- Eu...me desculpe Uru. Algo me diz que você sempre soube: nunca a amei de verdade. Não era feliz estando ao seu lado apenas por causa de uma fúria estúpida de meu pai...até conhecer Kala como nunca havia conhecido antes. Até gostar dela como nunca havia gostado de outra. Até burlar as leis impostas pelos Antigos Reis apenas para atender ao meu sentimento egoísta, sem pensar nas consequências que isso podia gerar.
O semblante de Uru mudou repentinamente. Parecia mais suave e menos rancoroso. Ahadi pode sentir esperanças de que ela estivesse entendendo a situação e resolveu se aprofundar mais na explicação! Andou até Mufasa e pegou o pequeno, colocando-o no chão a sua frente:
- Este é Mufasa - ele disse - Meio-irmão de Tau e Bianka e o mais jovem príncipe de Pridelands. Fruto de minha incoerência, porém fruto de um verdadeiro amor. Peço que não enraiveça-se dele, pois o filhote não tem culpa. Não clamou para vir ao mundo, tampouco nessas condições.
Uru abaixou a cabeça ao perceber que Ahadi havia terminado de falar. Não sabia como reagir, não sabia o que pensar.
- Como você espera que eu reaja, Ahadi?
O leão não soube o que responder, ficou quieto:
- Como quer que eu me sinta sabendo que meu marido, aquele que eu mais amo, foi seduzido por minha própria e invejosa irmã?
Kala levantou as orelhas, abruptamente. Haveria ela ouvido direito?
- Eu não seduzi...
- Pela última vez, fique quieta! - Uru rugiu, cortando novamente a fala da irmã e controlando sua vontade de saltar sobre ela e arracar-lhe as cordas vocais com suas próprias garras.
- A culpa não foi dela. - Ahadi rugiu, por sua vez - Se alguém aqui merece ser punido, esse alguém sou eu!
- Pare de tentar salvar a pele dela. - Uru rosnou - Tomar as dores para si não irá funcionar dessa vez.
O pequeno Mufasa não aguentava o clima pesado e esgoelava-se em seu chorinho de filhote recém-nascido, mas ninguém ali parecia disposto a lhe dar atenção. Ahadi sentia o coração pesar, embora batesse tão forte que mal conseguia lembrar qual foi a última vez em que ficara tão acelerado.
Todos estavam tão centrados em defender seus pontos de vista que mal repararam em Azali. A velha xamã se encontrava mergulhada na penumbra da caverna, escondida. Apenas seus olhos faiscavam em um amarelo ansioso, esperando por uma concretização e fitando o céu que, pouco a pouco, passara de uma tonalidade alegre de azul para algo negro, grotesco e assustador com a chegada de nuvens de chuva.
Uru respirou fundo após bastante discussão. Embora "calma" fosse a última palavra que a descreveria naquele momento, ela ainda ousava disfarçar sua ira por detrás a uma máscara de expressão solene:
- Não quero mais discutir - ela disse. Sua voz era uma pedra de gelo, assim como o olhar direcionado ao marido - Eu sou a rainha, Ahadi. Eu sou sua esposa. Assim disse seu pai, assim digo eu e assim dizem os Antigos Reis, embora você ainda tente negar que hajam afirmações. E agora, irei usar de meus poderes como rainha e dos poderes místicos dos Reis para a decisão que tomarei: Kala, eu te condeno ao exílio!
Kala e Ahadi mal tiveram tempo de se assustarem com a notícia. Um reluzente raio cortou o tempestuoso e negro céu, caindo bem perto de onde eles estavam. O barulho foi algo como um estrondo ensurdecedor. Não demorou para que um incêndio começasse de algo que se iniciou de uma pequena fagulha, aquele fogo parecia diferente aos olhos dos jovens, mas para os sábios olhos de Azali havia ali, com certeza, a fúria dos Reis do Passado que, das estrelas, resolveram demonstrar a raiva de uma promessa quebrada, após tanto tempo.
Ahadi e Kala estavam assustados com o fogaréu, mas Uru continuou a recitar suas palavras calmamente, como se nada houvesse acontecido. Os olhos coloridos, agora, refletiam apenas o vermelho das chamas:
- Você irá embora deste reino, Kala. - a leoa, assustada, virou-se para Uru em pânico - Não levará nada contigo, nem mesmo esse teu filho, fruto não de um amor verdadeiro, como diz Ahadi, mas sim fruto da infidelidade de um rei. Vou pensar sobre que fazer com esse filhote, mas creio que não irei mata-lo.
Kala sentiu lágrimas em seus olhos e gritou de desgosto, enquanto implorava o perdão de Uru e sentia o olhar frio e raivoso que a irmã impunha sobre ela.
Ahadi nada podia fazer, ele sabia disso. Estava petrificado, paralisado...culpado.
Se, por algum motivo, acabara a amizade entre duas irmãs e acontecia todo aquele estardalhaço: ele era o motivo.
Ele havia causado tudo isso e, agora, era tarde demais para reverter o erro.
Por isso, quando Kala enfim cansou de exigir da irmã algum perdão e virou seus olhos chorosos para Ahadi, este apenas acenou levemente com a cabeça para baixo, como quem diz: "Me desculpe".
A leoa entendeu seus sinais e respirou pesadamente, de forma urgente. Sua tristeza e angústia pareciam sufocá-la de tal forma a impedir sua respiração de fluir normalmente. Ela não se via longe de Pridelands. Longe de Ahadi, das amigas que havia feito, das memórias de seu pai e da infância calorosa ao lado da irmã...Não podia se imaginar distante de tudo aquilo e, naquele momento, quando tentou fazer isso, sentiu um buraco abrir-se debaixo de suas patas, engolindo todo e qualquer vestígio de alegria e esperança.
O pequeno Mufasa, assustado com o fogo, já berrava, escondido entre as patas da mãe. Carregando a falsa esperança de que a leoa, ainda mais aterrorizada com o futuro, pudesse salvá-lo do presente. Do incêndio que os rodeava como os olhos de um astuto predador.
Azali nada fizera. Apenas deu as costas àquela cena pavorosa, imaginando como tudo poderia ser se ambas as princesas voltassem a ser como eram quando pequenas: duas almas repletas de amor e amizade, que reluziam esperança, mas que, agora, enegreciam-se com o ódio e o egoísmo.
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HI PEOPLE!
E então? Como vai a vida?
Quanto tempo...acharam que eu havia desistido? NANANINANAO! Já disse e repito: nunca vou esquecer este blog, viu? Não pensem que irei largar tudo o que construí até agora ^_^
Sobre o capítulo...hm, não sei bem o que comentar kkkkkk.
Sabe de algo que eu nunca falei pra vocês?
Recentemente, tenho me encontrado bastante nas histórias que escrevo. Tenho encontrado o meu ponto de vista sobre o mundo, a minha história...
Personagens como Ahadi e Uru...São como minha mãe e meu pai: um é frio e não demonstra o que sente, sempre tentando manter a pose de perfeito. A outra é mentalmente instável, frágil e, consequentemente, impulsiva ao extremo, birrenta e impossível de se argumentar.
A "traição" de Ahadi pode representar o fato de que meu pai realmente traiu a minha mãe, o que levou-os ao divórcio quando eu tinha meus 8 anos de idade.
O resultado? Hoje sou o que sou, uma pessoa repleta de medos e confusões. Alguém repleta de tristeza e raiva acumuladas...mas isso já não vem ao caso né...
Voltando ao ponto principal: o que acharam do capitulo???
A casa caiu pra Kala...o que será que vai acontecer? Será que ela vai aceitar a punição de Uru? Se sim, pra onde ela iria?
Muito obrigada por ler até aqui e não se esqueça de comentar  (^_^)/

quarta-feira, 16 de março de 2016

Conto de Dois Irmãos - Cap 9

- Você nunca será Uru...

A voz grave de Ahadi recoou pela cabeça de Kala. A leoa imediatamente abriu os olhos e se viu no meio de um campo aberto da savana, rodeada pela vegetção cor de ouro. O so, estava forte e brilhava em seu pelo, deixando-o morno.
Tentava se lembrar do que fazia ali e sentia que se esquecia de algo...algo muito importante.
Foi quando finalmente percebeu!
- Mufasa! - ela olhou ao redor, seu pelo dourado era da cor da savana, sabia que seria difícil encontrá-lo.
- Mufasa? Mufasa, meu filho, aonde você está? - o coração de Kala acelerava cada vez que chamava pelo filho. Poderia estar em qualquer lugar...
...e desejava que ele estivesse em qualquer um desses lugares, menos no local aonde ele se encontrava.
Ao levantar o olhar, a leoa se viu encarando olhos vermelhos intensos: Ahadi.
E ele tinha Mufasa em sua boca.
- Mamãe! - o pequenino gritou, chorando, assustado. O olhar do rei era feroz.
- O que está fazendo? - Kala rosnou - Você...você me prometeu. Me fez acreditar que...
Ahadi rosnou com o filhote se debatendo em sua boca. A leoa tentou atacá-lo, mas não conseguia se mexer. Tentou desesperadamente, mas seu corpo não a respondia...
Quando Ahadi começou a sacudir seu filho de um lado para o outro, tudo o que Kala pôde fazer foi chorar e fechar seus olhos para não ver a terrível cena que sabia estar por vir. Os gritos de Mufasa deixavam seu coração em frangalhos e, depois, seu longo silêncio o fez doer mais ainda.
Só percebeu que já podia se mover quando seu rosto já estava afundado no corpo ensanguentado e praticamente irreconhecível de Mufasa. Seu choro era alto e desesperado, quase como uma súplica impossível. Ahadi nada fazia, apenas observava a cena, fiapos de sua juba se desprendiam com o vento e colavam em seu rosto, da cor do sangue de seu filho morto.
Foi quando Kala enfim percebeu: realmente já podia movimentar seu corpo!
Queimando em fúria das patas a cabeça, encontrou energias para se levantar:
- O que você fez? Por que você fez?
Sua voz era baixa, mas repleta de ódio:
- Fiz o que devia ser feito. Ele não merecia viver, não era digno de ser meu filho...pequeno, fraco...Não era ao menos comparável aos filhos que sua irmã me concebeu.
Kala rougiu de ódio:
- Seu...seu...idiota! Eu vou matar você!
A leoa tomou impulso e correu para cima de Ahadi. Pensava em como poderia ter entregue seu coração a um ser tão frio e cruel, mas, quando se deu conta, ela parecia correr em câmera lenta na direção do rei que, com um sorriso sínico e sujo do sangue de Mufasa, disse:
- Faça o que quiser...Você nunca será Uru...será sempre sua irmã, a perdedora Kala...Kala...Kala...

- Kala!
A leoa acordou num pulo. Seu corpo estava quente, ela tremia, ofegante, e seu focinho estava molhado de suor. Seus olhos imediatamente procuraram Mufasa, o pequenino ressonava levemente ao seu lado. Logo se deu conta de que era um pesadelo.
Ao olhar para cima, os olhos de Azali a observavam com confusão:
- Estava se debatendo muito...resolvi te acordar. Que pesadelos a aterrorizam tanto?
Kala mordeu o lábio, seria seguro falar?
Já havia se passado pouco tempo desde o nascimento de Mufasa e Kala tinha morado com Azali desde então. Durante a manhã, deixava Mufasa um tempo com Azali e caminhava pelo reino a fim de mostrar ás leoas que ela ainda estava ali e que estava tudo bem, mas todas as noites eram dormidas na pequena gruta com Azali e seu filhote. Rafiki havia ganhado a Árvore apenas para ele. Kala ás vezes dormia na caverna para evitar suspeitas, mas não conseguia passar uma noite longe de seu filho, os pesadelos eram 10 vezes mais horrendos se dormia longe dele e, por vezes, já levantara de madrugada e correra até a gruta de Azali, para voltar a dormir ao lado do pequeno. Por conta disso desistira de passar as noites longe dele. Obviamente as leoas começaram a questioná-la, mas Kala foi rápida em arranjar uma desculpa: dissera-lhes que estava enamorada de um jovem leão, um forasteiro de olhos azuis-claro. Gostava de passar as noites ao lado dele e não gostaria de ser incomodada. As outras leoas, ao ouvirem sua justificativa, soltavam risinhos e suspiravam...como se sua verdadeira história de amor fose digna de arrancar suspiros das moças.
Ahadi ia constantemente visitar Mufasa e nunca havia maltratado o filho, pelo contrário...mas Kala sempre desconfiara de que algo ruim poderia acontecer ao pequeno a qualquer hora!
De qualquer forma, Azali a acolheu e cuidou de Mufasa, que nascera prematuro. Sentia que podia confiar nela, porém sabia que ela viria com as mesmas palavras sempre: "O amor entre vocês é um erro, um passo que nunca deveria ter sido dado."
Preferia ficar pelo menos uma noite sem ouvir isso:
- Não...Não foi nada. Apenas um sonho...com meu pai...
Azali suspirou:
- Mohatu era mesmo um bom leão...mas já achei que houvesse superado sua morte.
- Nós nunca superamos de verdade - Kala sorriu, mas seus olhos refletiam tristeza. Afagou o pequeno Mufasa e deitou-se outra vez.
Se perguntava quando sua vida voltaria ao normal. Se é que ela volte algum dia...
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Pouco tempo se passou. Síria e Safira deram a luz às suas pequenas, respectivamente. Duas meninas que nasceram em dias próximos.
Síria não poderia estar mais contente. Já havia se conformado com o fato de que Edan jamais voltaria a vê-la e não pode deixar de invejar Safira, a amiga possuía uma família completa...
Mas pôde se permitir admirar sua filha. Possuía os olhos vermelhos da família de Ahadi. Olhos muito belos, marcantes e brilhosos de alegria. Um rosto suave e definido, muito parecido com o seu, assim como seu pelo vívido e um sorriso simplesmente perfeito. Sua pequena Sarabi fazia juz ao nome e realmente se assemelhava a uma miragem de tão bela...
Já Safira sentiu suas contrações poucos dias depois do nascimento de Sarabi. Não demorou para que Rafiki viesse correndo à caverna com suas ervas e sua filha viesse ao mundo.
Possuía os pelos claros e os belos olhos azuis da mãe. A pequena lembrava à mãe de sua avó, Sara. Possuía um sorriso doce e semblante tranquilo, muito parecidos com os do pai:
- E então? Como iremos chamá-la? - Abbas sorriu. Se sentia todo bobo com a filha nos braços.
Safira deu um risinho nervoso:
- Eu estive pensando em homenagear minha falecida mãe. Ela se chamava Sara e era muito importante para mim...
- Perfeito, ela será nomeada Sara então.
Safira arregalou os olhos:
- Oh não, não. Não pensava em fazer assim! Eu imaginei...Se unissemos o meu nome com o dela...
Abbas franziu o cenho, um pouco confuso:
- Nossa...Como ficaria essa união? Safirara? Sarafira?
Safira deu uma alta gargalhada. Abbas sempre fora tão bom em fazê-la sorrir...
- Não, besta! Eu...dei uma pequena mudada. O que acha de Sarafina?
Abbas olhou para o alto, pensativo e olhou para sua amada, concordando:
- Sarafina...gostei. Soa muito bem!
A leoa sorriu, animada:
- Sério? Sabia que iria gostar!
Os dois abraçados, com a pequena Sarafina entre suas patas...Quem olhava sabia que nunca naquela vida poderia existir casal tão perfeito!
Mas...existia um outro casal. Outro nem tão perfeito assim: Ahadi e Uru.
As saídas constantes de Ahadi já haviam despertado o interesse e a curiosidade da leoa, que reclamava dia e noite com o marido que ele não dava a atenção necessária para Bianka e Tau, que cresciam cada vez mais.
Ahadi sentia seu coração apertar cada vez que ouvia isso. Obviamente amava muito todos os seus filhos, mas como explicar para Uru? Era óbvio que o sentimento dele por Mufasa era mais exorbitante. Algo difícil de explicar...Mufasa fora fruto de um amor verdadeiro, algo que ele próprio construiu. Já os inseparáveis gêmeos de Uru...foram resultado de um casamento forçado.
O rei se odiava por ter esse sentimento, mas era realmente algo que ele não podia controlar...
Tau e Bianka eram filhotes completamente harmoniosos e muito unidos. Faziam tudo juntos e adoravam brincar na companhia um do outro. Dificilmente era visto pela savana irmãos tão grudados.
Os gêmeos logo fizeram amizade com Sarabi e Sarafina. Os três pequenos filhotes, que mal sabiam caminhar direito, já pareciam ter um vínculo um com o outro. Era bonito de se ver!
Mas Uru não deixava de estranhar o comportamento do marido, sempre saindo da caverna e sumindo pela savana para "resolver assuntos pessoais" ou patrulhar os limites do reino, embora o rei tivesse nomeado seu mais novo amigo e conselheiro, Abbas, um patrulheiro também, ele insistia em verificar as fronteiras ele próprio...
Um belo dia, Ahadi havia dado sua justificativa padrão à Uru e saído de Pedra do Rei para ver Mufasa e Kala outra vez. Porém, nesse mesmo instante, Abbas havia retornado de sua patrulha:
- Abbas.
O leão se virou para a rainha e sorriu:
- Sim, majestade?
- Por acaso avistou meu marido na patrulha da fronteira ou se dirigindo para lá?
O leão fez cara de pensativo e negou com a cabeça:
- Me desculpe Alteza, porém não o vi. Com licença...
O leão fez mesura rápida e correu em direção de Safira, que embalava a filha nas patas.
Uru ficou confusa...será que ele realmente a esteve enganando todo esse tempo?
Resolveu tirar toda essa situação a limpo. Com seus filhos adormecidos junto de Sarabi, a rainha saiu silenciosamente da cova e procurou pelo cheiro de Ahadi. Quando finalmente o encontrou, seguiu o rastro de cheiro, iria saber, de uma vez por todas, o que o marido escondia...
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GENTE EU NÃO MORRI!
Estou vivíssima, mas quase morta.
As provas já começaram, meu Deus eu tenho estado muito atarefada! A matéria desse ano é mil vezes pior que a do ano passado, mas acho que consigo ir bem se continuar me esforçando :V
Sei que ficaram curiosos e sei que esse capítulo foi meio chatinho...mas quis colocar as coisas em ordem e explicar o que aconteceu no tempo que se passou após o nascimento do Muffy.
E...epa! Uru finalmente decidiu parar de ser trouxa! E aí? O que será que ela vai encontrar (isso SE ela encontrar algo)?
Não percam o próximo capítulo!
Muito obrigada por ler até aqui e não se esqueça de comentar (^_^)/